segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Além de nanquim.

Apresentação. Quarto dia de Inktober 2018. Data: 04/10/18. Autora: Cilene Bispo.
Dentre minhas referências, trabalhos com artes finais diferenciadas sempre me dão admiração. Desde coloração em apenas um elemento específico (como no mangá do Afro Samurai, onde apenas o sangue possui cor) até trabalhos com presença de objetos colados ou dispostos como composição por sobre o desenho/pintura (exemplo do trabalho de Visothkakvei).

Combinar lápis de cor com nanquim sempre foi adiada por mim por simplesmente não ter tido boas experiências com essa interação. Vi que o lápis de cor e canetas hidrocor trabalham muito bem isolados, pelo menos em minhas mãos.

Na ilustração do quarto dia de Inktober, Apresentação, foi executada em forma de teste a união do lápis de cor com a nanquim sem que seus devidos espaços sofram colisões indesejáveis. Onde possam trabalhar sozinhos mas em conjunto.

Na imagem, infelizmente, o lápis de cor não teve o destaque desejado, tanto em foto quanto "scaneado" (mas pessoalmente, Ó).

Apresentação surgiu de surpresa devido minha dificuldade em definir qual melhor significado para o tema dado ao dia: Spell. Quando foi definido, o desejo por ilustrar mulheres dançando ao redor um feitiço me fez ir direto na pintura de Joseph Tomanek, denominada  Ninfas Dançando para a Flauta de Pan ou Dança da Hora e tomar como referência as suas posições.

O feitiço em lápis de cor veio por último como um experimento, auxiliado com guache branca, conseguindo não interferir na delicadeza da ilustração além de reforçá-la.


quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Preenchimento disforme!

De Cor Cinza, baseada em foto. Data: 23/07/18. Autora: Cilene Bispo.
Desde a disciplina Desenho 2 na faculdade, minha forma de preencher um suporte com tinta é repreendido. Vista como uma forma preguiçosa e sem cautela e no que confirmo, realmente o é. Sempre me esforcei para pintar de maneira uniforme, com misturas homogêneas e delicadeza na pincelada. Porém o cansaço e falta de paciência (essa que dedico a outras atividades, inclusive bem próximas de pintura) me tomam e já me vejo com meus músculos contraídos, suja de tinta e com as cerdas do pincel agarradas no corpo.

Nesta disciplina os meus trabalhos foram destacados no final do período como os que melhor trabalharam com as cores e propostas feitas por ele. No entanto, de maneira bem cômica, também foi o que a pintura "deixou a desejar".

Aos poucos fui aprendendo a fazer de forma mais caprichada mas essa maneira de pintar aparece na menor brecha deixada pela minha dedicação. Em Pintura B, dois anos depois, esse desastre voltou mas de forma não tão perceptível (ou apenas não foi uma questão) na pintura Cheiro. Esta já descrita aqui no canto de procrastinação, mas de forma política.

Foi uma pintura muito elogiada por todos que a viam, inclusive por aqueles que nem conheciam o conceito, a referência e as técnicas que estavam e que deveriam estar por trás da obra. Minha maneira cansada de preencher não foi um ponto importante. Cometi o erro de achar que era meu estilo.

Neste ano, um amigo graduando de História da Arte na UERJ me apresentou um trabalho em andamento, no qual era retratado por pessoas próximas dele. Ofereci minha participação e ela foi aceita, disso surgiu De Cor Cinza, a escolha do nome, foto base e cores foram escolhas pessoais que não só me pertencem, por isso não entrarei em detalhes.

Usei a mesma técnica que fiz na pintura Cheiro e mesmo estilo de luz, no entanto, pequei de forma grave na tal "maneira minha de pintar". Por mais que as cores me agradem, a pintura desajeitada foi forçada. Diferente de outras vezes, eu não me esforcei para um bom preenchimento. Não houve espontaneidade. Meu olhar não é treinado, mas como autora digo que a pintura perdeu muito devido minhas pinceladas.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Detalhes


Ilustração Frangão Assado. Terceiro dia de #Inktober2018. Data: 03/10/18. Autora: Cilene Bispo.
O tema dado por Parker para o terceiro dia de #Inktober2018 foi assado. Frangos, pernis e outros pedaços de carne transformaram o Instagram em um churrasco.

Como no primeiro dia minha saborosa torta não se apresentou tão atraente assim, não me senti segura em arriscar fazer um outro prato. Após algumas pesquisas me deparei com uma fantasia de peru de natal. Ora, halloween é para se fantasiar, não necessariamente de personagens assustadores.

Foi a primeira vez em que desenho respeitando o cenário, posições e modelos prontos na minha cabeça e seguindo fielmente o esboço feito anteriormente, até porque tive o dia todo para pensar na composição.

Me apego à detalhes e isso me toma um bom tempo de produção. Chegar de noite para desenhar às pressas só aumenta a tensão, o apego à detalhes e a frustração devido a necessidade de deixar os mesmos de lado para o projeto ter fim.

Aliado à esse drama, minha caneta nanquim descartável passou a se relacionar de forma abusiva com as fibras do papel. Se espalhando e ultrapassando o limite desejado para uma relação saudável, esta determinada por mim. 

O resultado para mim é satisfatório, devido pequeno e insignificante progresso que tive com o tracejado de espessura diferente, no qual me achava incapaz de fazer.

Na ilustração, os frangos comendo milho se assustam ao ver um frango assado gigante comendo pipoca.


Primeira FANART!!

Fanart Kiki. Segundo dia de #Inktober2018. Data: 02/10/18. Autora: Cilene Bispo.
Sei que foge às regras do #Inktober2018 devido ser pintura, ausência de nanquim e ser em tela. Mas acredito que essas regras infringem nas individualidades dos artistas, restringindo suas artes que se comunicam de diferentes formas, com variados instrumentos e suportes.

Neste meu segundo dia (em que o tema é tranquilo/tranquilidade) me orgulho por executar minha primeira fanart. Onde desenvolvo do meu jeito uma personagem no qual gosto tendo a personagem original como referência. Nesta obra foi feita a fanart da bruxinha Kiki, protagonista do longa-metragem Majo no Takkyubin (é conhecido no Brasil como O Serviço de Entregas da Kiki).  Lembrando que este longa é apenas mais uma das obras primas do Estúdio Studio Ghibli.

Tenho dificuldade clara com cenários de fundo. No entanto, me vi fazendo uma cidade em menor escala no qual não acharia ser capaz de fazer e essa atividade me acrescentou bastante.

Guache foi a única tinta usada. Quis trabalhar com as cores frias, incentivada pelo fundo azul no qual pintei a meses, e poucas cores quentes misturadas com tons de cinza para ter menos destaque na pintura.


terça-feira, 2 de outubro de 2018

Aprendendo a me expôr!

Torta de Maçã Suspeita, ilustração. Primeiro dia de #Inktober2018. Data: 01/10/18. Autora: Cilene Bispo.
Um dos motivos que me fazem desistir de publicar meus trabalhos é o medo da crítica à ele (ou pior, a falta total dela). Atento que, como crítica, me refiro tanto às que vêm para elogiar quanto "chamar a atenção" com conselhos.

Por mais que seja trabalhoso me sentar para desenhar, quando foco nesta atividade me perco no espaço-tempo. Me entrelaço de uma maneira que o expôr passa ser o mesmo que mostrar meu interior sem filtros, onde opiniões diversas passam a moldar minha visão sobre mim e meu trabalho.

Por isso me desafiei participar desse evento #Inktober2018, aprender a me mostrar, lidar com as consequências disso e usar de minhas mídias sociais como meios divulgadores dos meus trabalhos ao longo desses 31 dias de outubro.

Torta de Maçã Suspeita foi minha primeira ilustração para o evento, onde a temática foi venenoso. Frascos de veneno e operários de usina nuclear surgiram aos montes. Esse tema logo me remeteu à bruxa da Branca de neve e sua famosa maçã envenenada. Como  achei que encheria um caminhão do horti-fruti de tanta maça que teria no Instragram, me preveni fazendo uma torta (muito mais atrativa à uma adolescente que uma fruta).

Cores quentes foram propositais no intuito de lembrar a paleta de outono. Foi utilizado tinta guache e nanquim.

Gostei de pintar alimento, apesar de ter falhado em tentar impôr aparência saborosa. As diferentes texturas nessa obra foram ótimos experimentos e espero ter evoluído mais com relação aos meus acertos e erros.




Me Desafiando no #Inktober2018

Desde 2015 tento me introduzir nesta curiosa hashtag, feita por ilustradores nas redes sociais, denominada Inktober. Para desinformados e preguiçosos demais para adentrar em links (normal, não os julgo), esse evento do mês de outubro foi proposto pelo ilustrador Jake Parker em 2009, onde é combinado que os artistas postem uma arte por dia no decorrer dos 31 dias com a hashtag Inktober.

Evento feito com o objetivo de se observar o avanço dos ilustradores ao longo dos anos, reunião de trabalhos e da possibilidade de conhecer novos artistas com a pesquisa desse atalho mundial.

Neste ano, Parker introduziu temas ao desafio, onde palavras chaves foram escolhidas para o artista trabalhar em cima. Halloween sempre é visada, devido ao mês, mas não é obrigatório seguir essa temática.

Para mim e para muitos colegas artistas, esse evento é uma possibilidade de se esforçar para o hábito de rabiscar todo dia. Já que aprendemos que só há avanço nas técnicas quando há treino contínuo. No entanto, venho falhando nesses anos, seja no Inktober de anos anteriores seja em "desafios do mês" (Ink fora de época).

Portanto, neste #Inktober2018, meus trabalhos também serão divulgados neste blog como forma de possibilitar a minha permanência no evento, além de tirar as teias da inatividade que cresceram neste meu cantinho de procrastinação.



Espantalho Nômade. Feito para #Inktober2015, até que me bateu preguiça. Ano: 10/2015. Autora: Cilene Bispo